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Imigrantes-journey

Imigrantes uma jornada de auto-descoberta

Alguma vez você já se perguntou o que significa ser imigrante?

Tenho certeza que você sabe o significado mais comum: alguém que deixou definitivamente seu país de origem para viver em outro.

 Mas, e o significado emocional? 

O que significa deixar o idioma, a identidade e toda a história de vida lá no lugar de onde você é? Para então começar uma nova história?

Eu sei, as respostas prontas vêm rápido. Estamos preparadas para nos defender de perguntas como: “Você vai morar lá para sempre?” ou “Como você lida com a saudade?”. Mas por trás dessa fachada, o que realmente sentimos? O que significa essa escolha tão profunda?

Se tornar imigrante reflete o oposto de tudo que já conhecemos sobre nós mesmas. Talvez seja o espelho do nosso avesso.

Um avesso que expõe nossos sentimentos mais intensos: quando estamos felizes é muito feliz; quando tristes é muito triste; quando com medo é no modo power, e por aí vai, você me entende.

Esse contato com um eu desconhecido nos deixa em alerta constante. O que o futuro reserva? Será que estou preparada? E se eu falhar?

Sentir-se imigrante é diferente de ser imigrante.

Podemos nos sentir deslocados em qualquer lugar, mas é ao sair de nossa terra natal que a necessidade de adaptação se torna evidente. E essa adaptação não se limita ao lugar físico, mas também à nova pessoa que estamos nos tornando.

Existe uma frase que diz: “Somos imigrantes de nós mesmos.” Essa ideia, inspirada no livro O Estrangeiro de Albert Camus, sugere que podemos nos sentir estrangeiros em nossa própria vida, em qualquer lugar que estejamos.

O desafio, portanto, recai sobre nossa resiliência de errar e tentar de novo, quantas vezes forem necessárias. 

Falo de errar no sentido da forma com que lidamos com as situações, com as escolhas profissionais e afetuosas. Por mais estranho que pareça, esse comportamento tende a ir ao desencontro da pessoa imigrante que mora dentro de nós.

Você vê? Ao irmos no caminho diferente do nosso imigrante interno vamos ao encontro de quem somos. Quando temos a coragem de viver quem somos com as qualidades e defeitos que temos, sem filtros, temos o potencial de vivermos a vida no nosso melhor.

Alguém pode perguntar: “Ah mas quer dizer que apenas quem sai do seu país de origem é capaz de viver o seu máximo?” Claro que não! Mas, a pergunta mais pertinente aqui, na verdade, é: Como posso me conhecer melhor e deixar de ser estrangeira em minha própria vida?

O que a imigração nos exige é um olhar profundo para dentro se quisermos fazer o melhor de nós ao longo de nossos próximos anos de vida. Porque iremos ser colocadas à prova, seremos desafiadas e poderemos nos esconder ou enfrentar. Como sempre, a escolha é nossa e não se engane, você sempre tem escolhas.

Aqui com você prefiro falar sobre enfrentar suas próprias desculpas, escrever, gravar, narrar, contar, por pra fora de algum modo o que tem sido insincero por aí. Quais desculpas você tem se deixado acreditar para não ter que sair do lugar, quais motivos te fizeram fazer escolhas simples que nada te levaram pra onde você gostaria de estar? Por fim, minha pergunta favorita, o que tem te feito vítima de si mesma?

Lá no início eu disse que ser imigrante é deixar tudo para trás, inclusive nossa história. Pois bem, espero que você tenha se indignado com essa parte, pois quando nos tornamos imigrantes nós não deixamos tudo pra trás, afinal não nascemos de novo. A gente, carrega tudinho com a gente e continua construindo nossa história, moldando, colorindo, deixando cada vez mais bonita a arte que somos. 

Se pensarmos em nós (mente e corpo) como um quadro ou uma escultura teremos todo o carinho e capricho de fazer o nosso melhor, não é? Pois bem, toda vez que quiser pensar algo desagradável de si ou até mesmo desistir ou aceitar um comentário negativo lembre-se que esse não é o retrato que você deseja em seu quadro.

E mais uma coisa, esse quadro que possui seu nome, não é para gerar prazer nos outros, mas sim na única pessoa que importa e deve gostar dele, você!

O episódio com a Pati é inspirador e recomendo muito. Para ouvir esse episódio maravilhoso clique aqui.

E caso queira trocar mais me escreva, vou adorar te conhecer.

Com carinho,

Natalia

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