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Como ponderar valores de vida

Há poucos anos descobri que carregamos crenças desde pequenos, junto das crenças, há os valores de vida. Ambos se fortalecem ao longo dos anos dentro de nossos lares. E assim passamos a viver, mesmo sem consciência, respeitando-os.

Esse episódio para mim fazia todo sentido existir mas foi conversando com a Liliane que percebi que sair do Brasil, não necessariamente represente um desrespeito aos nossos valores de vida.

Vou tentar explicar melhor. Para mim, um dos valores de vida mais significativos é aproveitar cada minuto possível perto das pessoas que amo, ou seja do núcleo familiar: pai, mãe e irmã. Ao conversar com a Liliane eu percebi que isso não precisava ser um ponto de dificuldade, afinal, não deixaria de estar perto, apenas não estaria mais sempre com eles.

E assim, descobri que os valores de vida, podem ser pequenas prisões.

Por isso, anos depois do episódio, de terapias, consigo ter uma visão melhor sobre o assunto. Então assim, naquela época ponderar valores significava saber lidar com o sofrimento de não respeitar meus valores. Hoje penso que seja uma ótima oportunidade de revisar os valores. 

Outra coisa que descobri quando gravei o episódio foi notar que nem sempre sabemos quais são os nossos valores de vida.

Me diga, você saberia nomear os seus valores de vida? Já tinha parado para pensar nisso? Assim, alguns sabemos de forma bem simples pois são universais como sendo família, respeito como indivíduos e por aí vai. Mas, e sobre aqueles que a gente quase nunca pensa?

Como por exemplo, você sabe se é importante pra você ter flexibilidade de horário? Você sabe se ter uma vida mais calma te faz sentir melhor? Ou se pra você o bom é estar sempre rodeada de assuntos importantes a serem resolvidos?

Pois é, mesmo que nem nos demos conta, ter conhecimento dos nossos valores podem nos ajudar em muitas escolhas, principalmente se estas escolhas são sobre nossa vida no exterior.

Quando somos crianças muitas coisas são escolhidas por nós e em outros momentos impostas. Mas, se pararmos para observar notarmos que alguns comportamentos daquela época nos dão a dica de quem somos e quais são os nossos valores.

Vou te contar sobre mim: eu sempre fui muito família, sempre preferi ficar em casa a ir passear na rua com as amigas, preferia também os encontros nas casas das avós com as primas a momentos em sorveterias com a galera. Isso sou eu, ninguém me mandou fazer nada disso. Consigo enxergar claramente como era minha escolha.

Da mesma forma, é possível identificar nossos gostos no tipo de trabalho que queremos exercer, na forma de trabalhar, nos horários e com quem queremos trabalhar. Tudo isso são nossos valores de vida que nem sempre precisam estar ligados à vida pessoal. Pelo contrário, muitas vezes são os assuntos paralelos que nos ajudam a fazer escolhas.

Sim, nossos valores estão relacionados àquilo que nos faz bem, ao que dá sentido à nossa vida e consequentemente nos dá paz. Isso se deve ao fato de que ao conhecermos nossos valores a gente se conhece e se permite trabalhar em favor do que nos proporciona alegria.

Ah mas você está dizendo que a gente tem que buscar a felicidade? Não, não estou aqui querendo te dar um papo coach quero te convidar a olhar mais para os seus gostos pois isso irá te permitir ser mais eficiente nas suas escolhas que te levarão a viver uma vida mais conectada com você mesma.

E o que isso tem a ver com a vida no exterior?
Ora quase tudo, não é mesmo? Vamos supor que você descubra que não consegue passar muito tempo longe de sua mãe, pelos motivos que tenha. Você sabe que morar fora não será uma opção ou uma opção de longo prazo, certo?

Outro ponto é se você for uma pessoa que tem dificuldades de se expor ao que é diferente ou que precisa ter muito controle sobre o que te acontece, isso te dará sinais de que a vida no exterior poderá ser um peso muito maior do que você pode carregar já que o que mais vivenciamos como imigrantes são as incertezas. 

Ah e não pense que se colocar em um desafio como esse é o empurrãozinho que precisava. Isso poderá, na verdade, agravar seus sintomas fazendo com que você adoeça. Por isso, eu digo, cuidado com a decisão, morar no exterior não é pra qualquer um. 

Quer testar, claro, mas comece mudando de cidade, depois de estado e aí sim se as coisas darem certo você poderá dar um passo mais arriscado. Então confie em mim, analises seus valores, descubra o que você espera conseguir e perto de quem quer estar.

No episódio seis da primeira temporada conversamos com a Liliane Oliveira e foi muito legal por ela já ter tido outras experiências no Brasil antes de sair e morar nos Estados Unidos, a forma madura com que ela encarou a oportunidade é o que considero ponderação.

Ponderar aqui é sobre escolher o que faz sentido para sua vida no agora. Clique aqui para ouvir.

Se quiser conversar mais sobre isso, entre em contato comigo, estou disponível para conversar e ajudar no que precisar.

Com carinho, 

Natalia

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